terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

No Dublin Bikes

Hoje foi um dia atípico. Não pelo meu atraso que é algo bem corriqueiro, mas pelos tropeços (bons) enfrentados durante o dia. Saí de casa 10min depois do normal. Ok, estava atrasada, mas não tanto para poder presenciar a ausência de todas as bicicletas de todas as estações existentes nas redondezas. Todas.

O dia estava lindo! O sol estava radiante e Dublin pedia que eu ficasse por ali perambulando. E foi isso que fiz.


A parte cômica da história é que pude ver a última bicicleta sendo carregada pelo sortudo que montava nela para partir. Em uma das vezes eu quase corri para passar a pessoa que se dirigia ao ponto, seria muita sacanagem, não fiz.

Também teve a cena de eu frustada subindo em uma bicicleta que estava quebrada e pensando na possibilidade de descer ladeira a baixo sem pedalar, eu realmente não aceitava que não conseguiria chegar à aula, a pé jamais faria aqueles 7km em tempo. Ônibus? Nem pensar, já tentei uma vez e prometi não entrar mais nessa sem ter pelo menos uma hora para chegar. O trânsito aqui é inesperado e trabalha pelas leis de Murphy, com valorização em Euros.
Ia perder a aula, fato. Então vamos lá tomar uma café.
Entrei no Spar (mercado conhecido da cidade) e... o que? Acabou o café? Ok... vamos seguir com o passeio. E lá me fui passeando pelo sol. Quase sem acreditar que ele estava ali. Aqui chove e venta tanto que esses momentos são para se sair saltitando pelas ruas cantando alto e abraçando as pessoas que cruzam seu caminho.

Enquanto andava, eu pensava que provavelmente estaria escapando de um atropelamento na bike ou de um envenenamento pelo café. Que bom! Ainda bem que meu anjinho não me desampara...

E isso é bem verdade, logo as coisas foram melhorando.


Achei um café promocional para estudantes pela metade do preço do anterior, uma delícia!
Encontrei o Dublin Castle aberto, ainda não havia entrado ali.
Fotografei tudo, dei voltas e me dirigi até a parte que acho mais charmosa da cidade.
Dei-me de presente um chocolate quente de uma das melhores cafeterias da cidade, e adivinhe? Ganhei um chocolatinho! Confesso que não estava entendendo o que o moço do balcão dizia, depois de ouvir a palavra free três vezes entendi que era uma cortesia da casa.

Bom, perdi a aula mas ganhei um passeio em uma manhã de sol.
Postei fotos que que foram curtidas e agora preciso voltar aos estudos porque não consegui entender bulhufas da outra metade da aula que cheguei a tempo de assistir. :)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Madri, Madri...

A viagem começou de fato. Digo isto, pois estava sozinha indo para outro país europeu sem minha melhor amiga e com um inglês que não me permitia quase nada.
Eu mais atrapalhada que de costume. Cheguei com toda disciplina do mundo na estação de trem. Estava 20 min antes na plataforma, quando como num passe de mágica, embarquei no trem errado!

Impossível! Pois não... Estava com uma mala que pesava a metade do meu peso, mais mochila com peso de um bebe gordo, bolsa e maleta. Como descer e subir escadas sem ajuda de um voluntário?

Anjos aparecem nessas horas, lembro de cada um, inclusive de uma senhora com braço enfaixado que pegou a mala menor na hora de retornar para a estação de onde partiria meu trem.
Corri e suei num frio de 7 graus. Pode ter sido trágico, mas foi muito engraçado.

Corri com o segurança da estação, corri com todas minhas forças. Cheguei 3min depois, com uns três quilos a menos e na constatação de ter  perdido o bendito trem com passagem promocional até Madrid.
Perdi e não havia o que fazer.

Cheguei no guichê soube que deveria pagar 4x o valor da primeira passagem, era essa opção ou viajar no outro dia.
Já havia alugado quarto e pago por ele em Madrid, além do mais o que eu faria com a vergonha de não ter conseguido pegar o trem? E Madrid? Queria conhecê-la.  Comprei.

Peguei o trem expresso 1h depois e segui, chegando o que faria com as muitas horas que me restam? 
Resolvi, por mais uma escolha retardada, ir caminhando até a casa. Já que eu tinha muito tempo até que o dono do apto chegasse e pelo google maps eram só 20min de caminhada. 
Só esqueci que eu faria isso carregando a vida nas costas. 
Chegando lá, ainda tinha umas 2h de espera, ao lado do apto havia um bar e um barbeiro. tentei convencer o moço a cortar meu cabelo, mas ele em um espanhol que pude entender, disse que só atendia homens. Ok, vou sentar ali e pedir uma Estrella Galícia. 

Deixei a malas na porta, porque não cabiam ao meu lado na mesa e aguardei até a hora da chegado do menino simpático do apto que ia me hospedar. Chegando lá, adivinha. Ele morava no quinto andar e o apto não tinha elevador. E sim, claro, eu não pedi ajuda do macho para subir. Enfim, entrei no apartamento.

Meu anfitrião, James, garimpado no Airbnb, tinha uma casa eram maravilhosa. Ele, um australiano alto, loiro, que treinava o time feminino de Rugby do Canadá, pelo menos foi isso que entendi com meu inglês capenga. Ele estava tentando aprender português, pois sonhava morar no Rio e treinar um time carioca. Foi um cavaleiro e esses dois dias em Madri foram incríveis. 

Posso dizer que conheci toda a cidade correndo, começava de manhã e entrava noite a dentro. A impressão que dá é de que todos em Madri são corredores noturnos. Povo bonito, elegante e, meu deus, que gente cheirosa enquanto corre.

Os bares, restaurantes, ruas... lembravam São Paulo. 
Conheci os museus, o casa de cristal  (não a de Papel) e uns mercados locais, tudo de tênis e roupa de corrida. 

Amei demais esses dois dias e voltaria para passear com uma linda roupa e um salto à moda paulista para me exibir pelas ruas. 
Na saída, presenteei James com uma moeda de 1 real, pois reparei que colecionava moedas de todos os países. Primeira brasileira de muitas que ganharia, me falou. E de lá saí, desta vez com a ajuda do James com as malas escadas a baixo, porque dessa vez ele se ofereceu. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Mont Serrat, que prazer te conhecer :)



O antigo mosteiro dos monges foi desde o início a menina dos olhos da viagem a Barcelona, antes mesmo de qualquer dica recebida, eu já sabia que precisava pisar meus pezinhos lá. Inclusive fala à Pati que íamos passar a virada do ano lá.


Quem é Pati? É a mentora desta viagem. Sim, foi a responsável e é melhor amiga que alguém poderia ter para a vida e para viagens. É um preciosidade só. Ela, em uma das noites viradas de trabalho me olhou e disse: "precisamos encontrar um sentido pra isso aqui". Já era a terceira refação de um projeto para um evento gigante no qual a gente não via a hora de entregar. Eu era a gestora do projeto (atendimento) e ela a gestora de criação (criação), a bendita cliente via a cenografia e pedia alterações sem se importar com a madrugava que entrava. E a gente ali, teve certeza que precisava viajar. Então, Barcelona entrou no roteiro... Depois apresento melhor a Pati, por enquanto basta saber que é a amiga que me acompanhou por Barça, Mont Serrat e Girona, além das horas no aeroporto de Bogotá e Cali.


Voltando ao mosteiro, queria tanto conhecer este lugar que falava em passar a virada lá. Mas lá entendi que era um lugar pra tudo, menos pra passar a virada de ano, mesmo que festas não fossem nosso objetivo...


Bom, decidimos comprar o pacote que dá direito ao moderníssimo trem bala e subida no mais antigo teleférico existente. Eram 1236m de altura pra subir naquele teleférico que deve ter sido usado pelos monges que inauguram aquele lugar. Tenso e lindo! 


Chegamos lá e tive certeza que era mesmo a minha menina dos olhos. Amo tudo que é antigo, clássico, com história. Amo montanhas, fico pasma olhando o formato e pensando que a natureza foi esculpindo as formas aos poucos. E Mont Serrat é exatamente isso: um show de esculturas da natureza, além, é claro, das obras feitas pelos homens.


Quase matei a Pati subindo as trilas. Ela foi ótima, me acompanhou em todas. Eu parava a cada segundo para fotografar tudo! Pobre Pati...

Para a sorte dela, havia um passeio que se pode fazer de teleférico, dessa vez fomos num mais moderninho, só era tenso o retorno pois o último sairia às 17h e pelo visto quem ficasse por ali teria de passar a noite. 
Sabe frio? Foi uma das primeiras vezes que entendi o sentido da palavra. 
Descemos, visitamos a feira de produtos coloniais, compramos mantimentos do local e voltamos a Barcelona, isso durou o dia! Não paramos para almoçar porque tínhamos pouco tempo e além do mais a culinária não era o forte do local. 

Foi incrível e deixou gostinho de preciso voltar com mais tempo e tênis de corrida!



Oi, Barcelona!

Barcelona, cheguei! 

Entre Gaudí, Bairro Gótico, La Boqueria, Caminho de Graça, Montserrat... Aqui estou. Vim te conhecer no inverno, sei que estás mais tímido, mas confesso ter gostado mais de você assim.
E como é maravilhoso me deliciar com sua cultura. 
Aqui o transporte público te leva a qualquer lugar, aqui as pessoas são muito educadas, aqui as comidas são ótimas, os cafés são muitos. Tudo muito gostoso.
Cheguei num frio estrondoso, e acho que isso me fez gostar mais ainda de você.
E que arquitetura é essa? Que maneira organizada e ao mesmo desafiadora de construir. Também pudera, és berço de Gaudí e Domènech i Montaner, que representaram o modernismo catalão.
Além das artes, há solo para os mais radicas. Se pode ver skatistas à toda parte. 
Trânsito organizado, metrô feito para turistas. Além do clima gostoso para caminhar! Pode fazer nove graus, mas teu sol anima qualquer transeunte. 


Barcelona, estou in love por ti. Estou apaixonada igual adolescente que quer viver intensamente cada pedacinho que resta como se o amanhã não fosse existir. 
Sabe quando você acorda e dorme pensando no amado? 
Esta sou eu pensando nas suas ruas, no seu sol, na lua batendo na Sagrada Família, nas corridas que fiz pelo Park Guell, nos vinhos e tapas da La Boqueria, nas voltas de skate na cidade olímpica, nas paejas servidas nos clássicos restaurantes à beira mar. 
Suspiro ao lembrar dos cafés nas ramblas lotadas, ao lembrar do por do sol alaranjado e das bandeiras expostas nas janelas dos apartamentos. Apaixonada. E acho que para esquecer este amor, terei de encontrar outro, e sinceramente duvido que algum lugar combine tanto comigo quanto você!