quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Madri, Madri...

A viagem começou de fato. Digo isto, pois estava sozinha indo para outro país europeu sem minha melhor amiga e com um inglês que não me permitia quase nada.
Eu mais atrapalhada que de costume. Cheguei com toda disciplina do mundo na estação de trem. Estava 20 min antes na plataforma, quando como num passe de mágica, embarquei no trem errado!

Impossível! Pois não... Estava com uma mala que pesava a metade do meu peso, mais mochila com peso de um bebe gordo, bolsa e maleta. Como descer e subir escadas sem ajuda de um voluntário?

Anjos aparecem nessas horas, lembro de cada um, inclusive de uma senhora com braço enfaixado que pegou a mala menor na hora de retornar para a estação de onde partiria meu trem.
Corri e suei num frio de 7 graus. Pode ter sido trágico, mas foi muito engraçado.

Corri com o segurança da estação, corri com todas minhas forças. Cheguei 3min depois, com uns três quilos a menos e na constatação de ter  perdido o bendito trem com passagem promocional até Madrid.
Perdi e não havia o que fazer.

Cheguei no guichê soube que deveria pagar 4x o valor da primeira passagem, era essa opção ou viajar no outro dia.
Já havia alugado quarto e pago por ele em Madrid, além do mais o que eu faria com a vergonha de não ter conseguido pegar o trem? E Madrid? Queria conhecê-la.  Comprei.

Peguei o trem expresso 1h depois e segui, chegando o que faria com as muitas horas que me restam? 
Resolvi, por mais uma escolha retardada, ir caminhando até a casa. Já que eu tinha muito tempo até que o dono do apto chegasse e pelo google maps eram só 20min de caminhada. 
Só esqueci que eu faria isso carregando a vida nas costas. 
Chegando lá, ainda tinha umas 2h de espera, ao lado do apto havia um bar e um barbeiro. tentei convencer o moço a cortar meu cabelo, mas ele em um espanhol que pude entender, disse que só atendia homens. Ok, vou sentar ali e pedir uma Estrella Galícia. 

Deixei a malas na porta, porque não cabiam ao meu lado na mesa e aguardei até a hora da chegado do menino simpático do apto que ia me hospedar. Chegando lá, adivinha. Ele morava no quinto andar e o apto não tinha elevador. E sim, claro, eu não pedi ajuda do macho para subir. Enfim, entrei no apartamento.

Meu anfitrião, James, garimpado no Airbnb, tinha uma casa eram maravilhosa. Ele, um australiano alto, loiro, que treinava o time feminino de Rugby do Canadá, pelo menos foi isso que entendi com meu inglês capenga. Ele estava tentando aprender português, pois sonhava morar no Rio e treinar um time carioca. Foi um cavaleiro e esses dois dias em Madri foram incríveis. 

Posso dizer que conheci toda a cidade correndo, começava de manhã e entrava noite a dentro. A impressão que dá é de que todos em Madri são corredores noturnos. Povo bonito, elegante e, meu deus, que gente cheirosa enquanto corre.

Os bares, restaurantes, ruas... lembravam São Paulo. 
Conheci os museus, o casa de cristal  (não a de Papel) e uns mercados locais, tudo de tênis e roupa de corrida. 

Amei demais esses dois dias e voltaria para passear com uma linda roupa e um salto à moda paulista para me exibir pelas ruas. 
Na saída, presenteei James com uma moeda de 1 real, pois reparei que colecionava moedas de todos os países. Primeira brasileira de muitas que ganharia, me falou. E de lá saí, desta vez com a ajuda do James com as malas escadas a baixo, porque dessa vez ele se ofereceu. 

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